Especialistas apontam que revolução na comunicação precisa ser incorporada pelas escolas

Especialistas apontam que revolução na comunicação precisa ser incorporada pelas escolas
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por Marcelo Modesto
05 AGOSTO 2011

Em um mundo permeado por novas mídias, que têm definido as maneiras de as pessoas se comunicarem e se informarem, as escolas enfrentam o desafio de se manterem atualizadas para fornecer aos alunos uma compreensão das novas linguagens digitais e audiovisuais que fazem parte do cotidiano.

Algumas iniciativas já surgiram neste sentido, procurando mostrar o processo de produção de discursos e conteúdos em meios digitais, como as redes sociais e outras inovações da web 2.0, mas o desafio, na opinião de especialistas, vai muito além de instrumentalizar os alunos. Trata-se de abrir a caixa preta dessas mídias e linguagens, dando autonomia para que o estudante possa fazer suas próprias descobertas.

"É importante que o aluno entenda o processo e as funcionalidades que as tecnologias podem ter para cada um. Muitos trabalhos trazem a questão, mas não abrem a caixa preta. E isso é fundamental”, afirma Regina Helena Alves da Silva, coordenadora do Centro de Convergência de Novas Mídias, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A professora completa dizendo que a tecnologia não precisa ser o fim, mas deve ser um meio e um componente do processo, já que este é o mundo em que vivemos. “Não me importa que o produto final seja outra coisa. O importante é o aluno entender o processo, ter mais autonomia e saber o que está acontecendo.”

Para Lucia Santaella, professora da pós-graduação em comunicação e semiótica da PUC-SP e autora, entre outros livros, de “Navegar no Ciberespaço: o Perfil Cognitivo do Leitor Imersivo”, de fato há uma revolução na comunicação ainda mais radical que a promovida por Gutemberg, e essa revolução está impactando outras áreas da sociedade, como a economia, a política e principalmente a educação. “A própria natureza da linguagem escrita está mudando, porque nas redes sociais, por exemplo, ela não vem mais sozinha, como no livro. Está acompanhada de animações, vídeos e imagens”, aponta. Um exemplo disso pode ser visto no vídeo abaixo.

Se os nativos digitais têm familiaridade com as novas linguagens, para Santaella, as escolas enfrentam um problema crucial para atuar com essas novas mídias e linguagens, que é a formação dos professores. “O que a escola precisa é mudar a sua mentalidade. O grande desafio é integrar essas mudanças, sem jogar fora o passado, através de projetos, não com atitudes intempestivas e dispersas”, afirma.

Rede Social

Abaixo, um vídeo sobre a importância de proteger seus dados em redes sociais:

http://www.youtube.com/user/CriancamaisSegura#p/u/10/jwV8SmYWHmQ

Aproveitem!

Cyberbullying

Abaixo um vídeo sobre Cyberbullying, criado pela Ong Criança Mais Segura na Internet:

http://www.youtube.com/watch?v=yDTCOGoD6Hw

Aproveitem!

WEB QUEST's

Astronomia

http://www.cfpa.pt/phpwebquest/miniquest/soporte_tabbed_m.php?id_actividad=2251&id_pagina=1

Chuvas

http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tabbed_w.php?id_actividad=1335&id_pagina=1

Matemática

http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=1495&id_pagina=1

Visita a Sala São Paulo

http://www.cfpa.pt/phpwebquest/miniquest/soporte_mondrian_m.php?id_actividad=2695&id_pagina=1

As ferramentas para o ensino digital

Artigo publica na folha.com em 11/05/11 por Luli Radfahrer

Não gosto muito de escrever artigos-listas, como este que você está para ler. Porém, movido pela enorme discussão que minha última coluna causou, achei que seria melhor, só dessa vez, deixar de lado as especulações e questionamentos e partir direto para os exemplos.
Naquele texto defendi que a maioria das escolas não prepara seus alunos para exercer as profissões do século XXI. Minha intenção não foi crucificar as instituições de ensino, mas mostrar que elas não são perfeitas nem estão imune à inovação.
Entre aquela coluna e esta tive a oportunidade de assistir ao excepcional documentário Waiting for Superman, que, ao mostrar as deficiências do sistema educacional público no país líder em inovação e tecnologias digitais, me fez ver como o problema das escolas está distante de ser exclusividade de países desprovidos de recursos.
Ao redor do mundo, o aluno que não gosta da escola muitas vezes é porque não vê nela conexão com a realidade. Até um congestionamento de trânsito tem mais opções e estímulos do que um ambientes de ensino monótono, entediante, silencioso e autoritário.
O professor que evita a tecnologia entra em uma relação perde-perde: se convencer a classe que o computador e a internet não prestam, terá criado analfabetos digitais, despreparados para viver em um mundo de conexões. Se fracassar nessa tentativa, poderá gerar um sentimento que a escola não presta para nada, e que tudo pode ser aprendido em tutoriais na rede. Não sei qual cenário é pior.
Mas sou otimista. Muito otimista. Acredito sinceramente que a maioria das tecnologias que nos tornam nerds podem ser usadas, sem muito esforço, para construir a escola do futuro. Apresento a seguir 40 ferramentas, a maioria gratuitas, que podem ser usadas para incrementar a qualidade das aulas, sem demérito do professor. Não é preciso conhecimento técnico para operá-las.
Blogs - Transformam o professor em material didático de referência. Podem conter o programa das aulas, bibliografia, exemplos e tarefas, abrir espaço nos comentários para que os alunos publiquem suas dúvidas e criar um ambiente de contato extraclasse. As principais ferramentas para se construir um Blog são Wordpress, Blogger, MovableType e TypePad.


Microblogs - Se a informação for curta e menos estruturada, com pequenos conteúdos dispostos em periodicidade aleatória (como exemplos de aplicações práticas do que foi ensinado em classe), talvez seja melhor usar formas simplificadas de Blogs, também chamados de microblogs. O Tumblr é a ferramenta mais conhecida para essa tarefa, mas, Posterous, Presently e Xanga também dão conta da função.

CMS - Para sistemas maiores e informações mais complexas, com várias funções integradas, talvez seja melhor usar administradores de conteúdo, sistemas dinâmicos de publicação como Joomla, Plone, TextPattern ou Drupal --este último é usado, por exemplo, pelo governo dos EUA em uma tentativa de aumentar a transparência de seus dados.

Sites - Se o que se precisa é um site simples, estático, com algumas informações estáticas ou que mudam pouco (como endereços ou telefones, por exemplo), o mais fácil é usar um construtor de sites, ferramenta que automatiza sua criação sem precisar de uma linha de código. Os principais portais do país têm essas ferramentas, como o UOL, Terra e iG. Meu predileto é o WebFácil.


Redes sociais - Se não dá para ignorar o Facebook, possível replicá-lo e criar, em aula, um pequeno sistema de relacionamento. Escolas, afinal, sempre foram redes sociais. Digitalizar as discussões em sala de aula pode aumentar o contato do aluno com a disciplina. As melhores ferramentas para essa tarefa são SocialGo, Elgg, Lovdbyless e CommunityEngine.

Ambientes - Até mesmo sistemas completos de ensino à distância podem ser criados por um professor qualquer, em uma sala de aula de qualquer lugar do mundo, desde que ele tenha um computador mediano e um acesso à rede. Serviços como o Moodle, Engrade, Atutor e Manhattan têm comunidades fortíssimas que servem como boas redes de apoio para qualquer dúvida técnica ou de aplicação.

Referências - Há muito material científico compilado das bibliotecas digitalizadas pelo Google Acadêmico. O Projeto Gutenberg compila vários livros de acesso público e gratuito. Sites como o Scribd são boas alternativas para a busca de conteúdo. E se você tem medo que seus alunos copiem o material da rede, pode desmascará-los com o CopyScape.

Fóruns e debates -As precursoras da Internet eram quase só compostas por sistemas de mensagens e grupos de discussão. Mesmo hoje, ferramentas que estimulam a troca de idéias são bastante populares e fáceis de usar. Nelas o professor pode criar um tópico e deixar que os alunos discutam suas aplicações. Não se preocupe se os alunos terão alguma dificuldade em operá-los: boa parte dos repositórios de pirataria tem esse formato, eles devem estar habituados. Boas ferramentas para a criação de fóruns são PHPbb, IP Board, SimpleMachines e Bbpress --este feito pelos mesmos criadores da ferramenta de blogs Wordpress, e tão fácil de usar quanto ele.

Wikis - Os trabalhos de alunos não precisam mais ser impressos. Eles podem ser transformados em verbetes de uma Wiki, um sistema de produção de conteúdo colaborativo como se fosse sua versão própria da Wikipédia. O sistema usado pela enciclopédia mundial é o MediaWiki, mas o Twiki e o WikiSpaces também são muito bons. . Existem muitos serviços parecidos, que podem ser comparados no site WikiMatrix.

Podcasts - Para encerrar a lista, podcasts, ou arquivos em áudio transmitidos pela rede. Já que boa parte dos alunos têm celulares e que passam o tempo todo com eles, nada melhor do que gravar as aulas ou conteúdos associados e torná-las portáteis. Audacity é uma ótima ferramenta para gravar e editar som, SoundCloud é muito boa para levar o som para as redes, LiveMocha para aprender e ensinar línguas e TreinaTOM para criar web-aulas.

Essas são só algumas ferramentas. Não seria difícil listar serviços gratuitos para gerar formulários de pesquisa, compartilhar documentos, mostrar vídeos educativos, criar e-Books, organizar projetos coletivos, fazer listas de tarefas, estruturar mapas conceituais, mostrar frisas do tempo, promover eventos, compartilhar websites, textos e planilhas com contribuição remota... a lista não tem fim.

Até mesmo quem não quer ou não pode lidar com as ferramentas novas pode usar as redes conhecidas para gerar conteúdo de qualidade. Twitter pode ser usado pelos alunos para matar dúvidas ou para coordenar equipes, como mostra esta professora do Texas. Grupos privados no Orkut ou Facebook respondem melhor e mais rápido às mensagens que seus equivalentes por e-mail (além de serem muito mais fáceis de configurar). O YouTube pode ser o melhor recurso para expandir os horizontes de salas de aulas com poucos recursos. Por ele se pode mostrar Paris, uma gráfica ou movimentos de ginástica olímpica. Só não se pode ignorá-lo.

A Internet, enfim, não é o inimigo. A resistência ao progresso e a recusa em aprender é que o são.


Luli Radfahrer é Ph.D. em Comunicação Digital pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, onde é professor há 18 anos. Trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no Brasil, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Mantém um blog com seu nome www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais tendências da tecnologia. Escreve quinzenalmente no caderno Tec da Folha e na Folha.com.